sábado, 18 de dezembro de 2010

Atletas com hiperatividade ao estresse mental: o quê fazer?

Nossa participação na Imersão em Ergometria e Reabilitação Cardíaca, promovida pelo DERCAD/RJ gerou artigo recentemente publicado no boletim do DERCAD, com o título: Atleta hiper-reator ao estresse mental pode ser liberado para competição?
Vale a pena conferir!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Projeto verão: Cuidado com os exageros!

Recentemente uma entrevista nossa foi publicada no Jornal "Zero Hora".


"Esforço excessivo a curto prazo não é receita de sucesso" alerta médica do esporte

Dores musculares generalizadas são as queixas mais comuns, seguidas de lesões

Sol a pino, praia, roupas curtas. Para se adequar às características de umas das estações mais esperadas do ano, muitas pessoas buscam definir músculos para desfilar corpos exuberantes. Os chamados "malhadores de verão" lotam os terrenos fitness nos meses anteriores à estação do calor e encaram cargas que superam seus limites. Por conta disso, muitos sofrem lesões graves, sentem dores e, como resultado, abandonam a atividade antes mesmo de se habituar a ela.

De acordo com a médica do esporte do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) Renata Castro, o esforço excessivo a curto prazo não é receita de sucesso para ninguém. As dores musculares generalizadas são as queixas mais comuns, seguidas de lesões provenientes da aplicação de cargas altas sobre as articulações. As dores lombares também estão no ranking de reclamações dos sedentários que mal estão acostumados a andar e já querem correr.

— Há uma fronteira entre o exagero e o saudável. Para saber se você ultrapassou esse limite basta avaliar como se sente no pós-exercício. Se não existe a capacidade de praticar a atividade no dia seguinte é certo de que houve avanços inadequados — explica.

Nestes casos, o afastamento do treino é a solução imediata, em alguns casos, com a necessidade do uso de anti-inflamatórios.

— E aí podem surgir as consequências inerentes aos medicamentos — completa.

Recomenda-se para uma vida saudável, no mínimo, 30 minutos de exercício aeróbico por dia, quatro vezes por semana. E os benefícios só começam a aparecer, segundo a especialista, após seis meses de treino.

Renata reforça que atividade física é um fator essencial para a saúde dos ossos seja para homens ou mulheres. Mas é preciso adequar o exercício com a condição física do praticante, independente das peculiaridades do sexo.

— O treino periódico e constante pode afetar positivamente o pico de massa óssea em crianças e adolescentes; auxiliar a manter ou mesmo promover um aumento na densidade óssea em adultos; auxiliar na diminuição da perda de massa óssea devido à idade em adultos mais velhos, evitando inclusive a osteoporose — lembra a especialista.

Sobre as atividades de alto impacto, a médica ressalva que esse tipo de atividade deve ser praticada com utensílios adequados como calçados apropriados e um bom acompanhamento. Antes de iniciar esse tipo de treino, no entanto, é necessário fazer um teste ergométrico e realizar uma avaliação médica.

— O ideal é recorrer a um médico do exercício, capacitado para identificar se a pessoas estão ou não aptas a praticá-los e ainda a orientar este treino — conclui.

Antes de dar início à prática de exercícios é importante ainda, segundo a médica, levar em consideração alguns pontos:

:: O tipo de modalidade

— Não adianta escolher uma atividade que não traga prazer, o que seria mais um pretexto para o abandono do treino — complementa Renata.

:: Objetivo a ser atingido:

A pessoa precisa avaliar seus objetivos para buscar o exercício que mais rapidamente vai ajudá-la a conquistar o que deseja.

— Seja emagrecer, ganhar massa muscular, diminuir o risco cardiovascular. De nada adianta estar bem com o espelho e de mal com a saúde — adverte.
BEM-ESTAR

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Fracionamento de refeições: mais um mito das dietas?

Ao iniciar uma dieta, todos nós já ouvimos conselhos para "fracionar refeições", evitar longos períodos de jejum ou, mais frequentemente: "comer de 3 em 3 horas". Um artigo publicado no último número do Journal of nutrition mostra que este velho conselho, apesar de não fazer mal, não leva aos grandes benefícios que imaginávamos. Aumentar o número de refeições diárias (>3/dia) teve impacto pequeno sobre o controle do apetite e ingesta diária de calorias, ao passo que a redução do número de refeições (< 3/dia) prejudicou consideravelmente o controle do apetite.
Resumindo: de acordo com este artigo, faça no mínimo 3 refeições diárias.
Bom apetite!

 

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Exercício em gestantes

Apesar de já serem conhecidos os efeitos benéficos da atividade física m gestantes, poucos estudos populacionais a respeito deste tema haviam sido realizados até agora. Um artigo recém-publicado acompanhou quase 1500 gestantes e constatou que o risco de lesões associadas à prática de exercícios em gestantes é muito pequeno.  Além disso, quando aconteceram, estas lesões limitaram-se a arranhões e contusões leves, sendo a maioria delas decorrentes de queda. Assim, concluiu-se que a prática de exercícios é segura em gestantes e deve-se atentar para o risco de queda nesta população.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Boxe como adjuvante no tratamento da Doença de Parkinson

Não são raros os casos de alterações neurológicas em lutadores de boxe. Quem não se lembra do momento em que Muhamad Ali, um dos maiores boxers de todos os tempos, acendeu a tocha olímpica na abertura das Olimpíadas de Atlanta (1996) com seus movimentos enrijecidos pela Doença de Parkinson?

Os traumas cerebrais repetidos, conseqüentes à prática do boxe podem produzir danos neurológicos progressivos. Inicialmente esta síndrome era conhecida como "demência pugilística" e mais recentemente passou a ser denominada encefalopatia traumática crônica. Mas isso foi descrito em 1920 e não é novidade...

A novidade é que uma série de casos publicada recentemente teve bons resultados ao propor treinamento de boxe a pacientes com Doença de Parkinson. Antes que vocês imaginem pacientes parkinsonianos degladiando-se sobre um ringue de boxe, vou explicar melhor. Os pacientes do estudo foram submetidos a treinamento específico, envolvendo os movimentos do boxe, além de exercícios convencionais que visavam aumentar força, flexibilidade e resistância. Apesar da natureza progressiva da Doença de Parkinson, os pacientes tiveram benefícios a curto e longo prazo (36 semanas) em testes de equilíbrio, marcha, atividades cotidianas e qualidade de vida, com o treinamento de boxe. Estudos envolvendo um maior número de pacientes ainda são necessários, mas estes resultados são bastante interessantes.

Para ler mais sobre conseqüências neurológicas da prática de boxe: Chronic Traumatic Encephalopathy in Athletes: Progressive Tauopathy following Repetitive Head Injury

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O teste ergométrico: muito além do atestado para atividade física.

Recentemente fomos convidadas a escrever para o VitaNews. Trancrevo abaixo nossa contribuição sobre teste ergométrico.
O teste ergométrico, também conhecido por teste de exercício ou teste de esforço, vem sendo cada vez mais solicitado, em função da obrigatoriedade do mesmo quando da liberação para a prática de atividade física. No Rio de Janeiro, o artigo 1° da Lei 2014/92 obriga a apresentação de atestado médico de aptidão física, no ato da matrícula nas academias e ginásios de artes marciais, musculação e ginástica de qualquer tipo, que deverá ser renovado a cada 06 (seis) meses e arquivado e anotado na ficha do aluno ou usuário. De acordo com a justificativa publicada junto com a homologação desta Lei, a avaliação médica deve incluir teste ergométrico. 
Na verdade, o teste ergométrico representa muito mais do que mera burocracia para que possamos freqüentar academias. Trata-se de exame médico com fins prioritariamente diagnósticos e prognósticos, mas que também, quando bem interpretado, pode ser utilizado para a prescrição segura e otimizada de exercícios físicos. 
Existem livros inteiros sobre teste ergométrico e foge ao escopo deste artigo descrever todos as possíveis interpretações de um teste ergométrico. De forma resumida, o exame pode diagnosticar doença arterial coronariana, auxiliar na investigação de cansaço desproporcional aos esforços, avaliar a resposta de diferentes tratamentos medicamentosos e registrar a resposta da pressão arterial ao exercício.
Em indivíduos saudáveis, o teste ergométrico “normal”, pode ser utilizado para a prescrição de exercícios. O uso de frequencímetros (equipamentos que registram continuamente a freqüência cardíaca) está cada vez mais corriqueiro. Para a prescrição correta da atividade física em faixas de freqüência cardíaca precisamos saber, no mínimo, qual a nossa freqüência cardíaca máxima. Entretanto, sabemos que as muito difundidas fórmulas para previsão da freqüência cardíaca apresentam erros. A prescrição da atividade física de acordo com a freqüência cardíaca estimada, e não aferida, poderá implicar em indicação de intensidade diferente da correta, ou seja, treinos muito intensos e com maior risco de lesões (quando a frequência cardíaca máxima foi superestimada) ou treinos menos intensos, e com menor benefício (no caso de frequência cardíaca máxima subestimada). A melhor forma de aferirmos corretamente a frequência cardíaca máxima é realizando um teste ergométrico máximo, onde o indivíduo interrompe o exercício por ter alcançado a exaustão. 
Existem muitos outros dados que do teste ergométrico que podem ser utilizados para a prescrição de exercícios, mas para isso o ideal é conversar com um especialista. 
Converse com seu médico e bom treino!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Exercício e Diabetes

Acaba de ser publicado o novo consenso americano sobre exercício e diabetes mellitus tipo II. O documento é conciso e de fácil leitura. Vale a pena conferir!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Reanimação cardiopulmonar: o ABC virou CAB!!!!

http://lowerbloodpressurecheap.com/sudden-cardiac-arrest
Acaba de ser publicado o novo Guideline Americano para Reanimação Cardiopulmonar. Na minha opinião, todo mundo, profissional de saúde ou não, deveria aprender noções básicas de reanimação. Obviamente, profissionais de saúde têm obrigação de estarem aptos para atender adequadamente à parada cardiorrespiratória. A grande novidade deste guideline é que o conhecido ABC da vida (airway-breathing-circulation) foi transformado    no CAB (Circulation-Airway-Breathing) da vida. A justificativa para esta mudança é que o oxigênio estará presente na circulação e nos pulmões logo após a parada e a abertura inicial de vias aéreas além de desnecessária, atrasaria o início das compressões torácicas que permitem a circulação sangüínea.
Outra mudança diz respeito à freqüência e intensidade das compressões torácicas: pelo menos 100 compressões/minuto, capazes de aprofundar o tórax em 2 polegadas.
Existem outras mudanças relativas a drogas e outros detalhes médicos que não serão publicados aqui, por tratar-se de blog de livre acesso. Mas vale a pena ler este novo Guideline!


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Plataformas vibratórias: modismo sem embasamento científico

Recentemente fui convidada a participar de uma entrevista sobre plataformas vibratórias. Obviamente já ouço falar destas plataformas há algum tempo. Apesar do intenso marketing para uso das mesmas, eu tinha a impressão de que seus benefícios não estavam cientificamente comprovados. Mas confesso que nunca tinha buscado esta informação até ter sido convidada para tal entrevista. Como sempre faço, lá fui eu consultar o PubMed ...e comprovei minha impressão!
Encontrei pouquíssimos artigos e a maioria deles foram realizados em animais. Nestes poucos estudos, sugere-se uma melhora da densidade mineral óssea no quadril de mulheres pós-menopausa submetidas ao treinamento com plataformas vibratórias. Apesar destes resultados, os marcadores bioquímicos que indicariam aumento na produção de células ósseas não se mostraram elevados e, por isso, tais resultados ainda são bastante controversos. Quanto ao prometido ganho de força muscular, nenhum estudo realizado até o momento comprova qualquer benefício. Entretanto, um estudo ainda em andamento (VIBES trial) poderá responder a esta pergunta com mais propriedade. Finalmente, em relação ao emagrecimento, não há estudos.
Concluindo: Não encontrei nenhum estudo sério que justifique trocar qualquer treino já com benefícios comprovados (mesmo que com um pouco mais de cansaço e suor...rs) pelo treino nas plataformas vibratórias. Ciência sempre pode mudar, até porque não tem estudo comprovando que não funcione (muito menos que faça mal...) mas benefícios também ainda não foram comprovados.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Nunca é tarde para começar: exercício e prevenção do câncer de mama

Um artigo recém publicado na Archives of Internal Medicine mostra que caminhadas regulares reduzem o risco de câncer de mama em mulheres pós-menopausa. O estudo realizado por pesquisadore da Universidade de Harvard, EUA, acompanhou  quase 100.000 mulheres por cerca de 20 anos e concluiu que atividade física moderada, como caminhada rápida, na maior parte dos dias da semana reduziu o risco de câncer de mama em mulheres pós-menopausa. Nunca é tarde para começar a se prevenir!
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjueLbd0yMsVLYwhsjCqydmg2JK4G8gLeiIK0SmZzbBYNGRHZ-OIfDhl-MrPLPml23qUWRj5B0zfD474ZI8sb98Pdwj2IWGwVohX7em5RwgHl2w0VOrtkA7spMP_hxdGP-Cbc98VKSpoJM/s1600/corrida-contra-cancer-de-mama.jpg

domingo, 14 de novembro de 2010

Dia Mundial do Diabetes

Dia 14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes. Serão realizadas diferentes atividades no Brasil, para nos lembrar que o Diabetes afeta milhões de pessoa no mundo, apesar de boa parte destes casos ser passível de prevenção.
Transcrevemos abaixo as informações contidas no folder da Campanha para controle do Diabetes. Maiores informações em http://www.diamundialdodiabetes.org.br/

2010 é o segundo ano da campanha Diabetes: Educar para Prevenir.


Este tema foi escolhido para os anos de 2009 a 2013. A intenção é alertar a todos que estão envolvidos com o diabetes a controlá-lo. Este ano o Dia Mundial do Diabetes terá um novo período oficial de atividades: de 7 a 14 de novembro. Participe!






É hora de agir, agora.


Os objetivos para este ano são:


Para o público em geral e pessoas com grande risco de ter diabetes:


• Aumentar a conscientização e disseminar recursos para ajudar na prevenção.


Para quem tem diabetes:


• Divulgação de ferramentas para melhorar o conhecimento da doença, com o objetivo de entendê-la melhor e prevenir as complicações;


Para os governos e políticos:


• Comunicar a economia gerada pelas estratégias de prevenção e educação em diabetes como um componente do controle e do tratamento.


Pontos-Chave


• Conhecer os sinais e sintomas do diabetes, pois um diagnóstico precoce pode salvar vidas.


• A prevenção e o tratamento do diabetes são simples e têm custo-benefício favorável. Isso deve ser colocado como prioridade.


• Consultar um médico para saber se há risco de ter diabetes.


• Para quem tem diabetes, desfrutar de uma vida ativa e prevenir complicações.


Prevenção do Diabetes


O diabetes tipo 1 ainda não pode ser prevenido. Já o tipo 2 pode ser evitado em muitos casos, de forma acessível e barata: ter uma alimentação saudável, manter-se no peso ideal e praticar atividade física regularmente. Isso deve ser feito com a orientação de profissionais de saúde.


Educação em Diabetes


Um programa de educação em diabetes permite que os pacientes estejam preparados para tomar decisões baseadas em informação, mudem o estilo de vida e lidem melhor com os aspectos psicossociais. O mau controle resulta em prejuízo para a saúde e em uma grande probabilidade de desenvolver complicações. Já o diabetes bem tratado proporciona tranquilidade e qualidade de vida.


Atletas e o Diabetes


Não é preciso deixar a atividade física ou desistir do sonho de ser atleta por causa do diabetes. Pelo contrário, ela contribui para que as metas do tratamento sejam atingidas.


Com alimentação e terapia medicamentosa adequada, é possível exercitar-se e até mesmo competir, sem que o rendimento fique prejudicado.


Há vários atletas profissionais e amadores que convivem com o diabetes e são exemplos para milhares de pessoas.


Atenção aos Sintomas do Diabetes!


• Urinar com frequência.


• Sede excessiva.


• Fome aumentada.


• Perda de peso.


• Cansaço.


• Falta de concentração e de interesse em atividades rotineiras.


• Vômitos e dores de estômago (frequentemente confundidas com gripe).


• Sensação de formigamento ou torpor nas mãos e pés.


• Visão embaçada.


• Infecções frequentes


• Feridas de difícil cicatrização.


Caso tenha alguns desses sintomas, consulte seu médico para fazer os exames adequados.


Fatores de Risco – Diabetes Tipo 2


Algumas características podem indicar tendência ao diabetes tipo 2:


• Obesidade e sobrepeso


• Sedentarismo


• Intolerância à glicose identificada por exames


• Hábitos alimentares não saudáveis


• Idade avançada


• Pressão e colesterol altos


• Histórico familiar de diabetes


• Histórico de diabetes gestacional


• Acúmulo de gordura abdominal


• Etnia: asiáticos, hispânicos, indígenas e afrodescendentes.


Se você tem risco de ter diabetes tipo 2, é importante fazer acompanhamento multidisciplinar.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Por que malho e não emagreço?

É comum ouvirmos essa pergunta nas academias e consultórios de medicina do esporte. A resposta, como para a grande maioria das perguntas do nosso dia-a-dia, é multifatoral. Vamosfalar um pouco mais sobre isso neste post
Se você já procurou um especialista e não tem qualquer doença que leve ao ganho de peso, como por exemplo o hipotireoismo, descobrir o motivo pelo qual você não perde peso apesar de se exercitar regularmente não é tão difícil assim. O ganho ou perda de peso é resultado de um balanço calórico muito simples: se ingerimos mais calorias do que gastamos, vamos ganhar peso. Então, no final das contas, o segredo é ingerirmos menos calorias do que gastamos.
O grande problema é que muitos, apesar de se exercitarem e aumentarem seu gasto calórico não conseguem perder peso e , algumas vezes, até ganham peso. Uma das explicações é que, na verdade, está havendo perda de gordura e ganho de massa muscular. Isso pode ser verdade em muitos indivíduos, mas para comprovar esta teoria só há uma maneira: fazer uma avaliação da composição corporal, aó invés de levar em consideração apenas o que a balança está dizendo. Já escrevemos sobre composição recentemente. Aos interessados, sugiro leitura do post Índice de massa corporal ou composição corporal?

Apesar desta tentadora explicação, na maioria das vezes o motivo para não perder peso apesar de se exercitar se chama  "compensação". Quantas vezes ouvimos " Posso comer este X-tudo porque hoje corri 5 km?". Frases assim são muito comuns e é o desconhecimento sobre quantas calorias conseguimos perder, a duras penas na academia, e quantas ganhamos facilmente comendo que leva, na maior parte dos casos, à dificuldade de perda de peso nos assíduos freqüentadores de academias. Encontramos esta tabela em uma reportagem publicada na Revista Isto é, em 2009, que dá um bom exemplo de como é fácil "não perder peso". 




Você deve estar pensando: então posso parar de malhar, economizar o dinheiro da academia e simplesmente fazer dieta? A resposta para esta pergunta é: depende... Os benefícios da prática regular de exercícios físicos vão muito além do controle de peso. Não há dúvidas quanto às menores taxas de mortalidade e incidência de doenças cardiovasculares e diabetes tipo II naqueles que se exercitam regularmente. 
Então, não tem muito jeito, para manter a forma com saúde: dieta equilibrada e exercícios!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Mais um artigo publicado!!!



Hoje recebemos a versão final, publicada de mais um artigo onde avaliamos questões relativas à variabilidade da ventilação. Neste artigo comparamos as variabilidades de ventilação, freqüência respiratória e volume corrente ao longo de um teste cardiopulmonar de exercício em atletas e sedentários. 
Publicamos abaixo o resumo do artigo. Aqueles que se interessarem pelo assunto, basta nos solicitar a versão completa que enviaremos por e-mail. por motivos de direitos autorais não podemos disponibilizar o artigo na íntegra aqui no blog.


Principal components analysis to evaluate ventilatory variability: comparison of athletes and sedentary men
R. R. T. Castro • M. Magini • S. Pedrosa • A. R. K. Sales • A. C. L. Nobrega
Abstract The present work quantifies, through principal components analysis (PCA) the relationships among the variability of breath-by-breath ventilatory parameters [minute-ventilation (VE), tidal volume (Vt), and respiratory rate (FR)] during a maximal progressive exercise test. The results show that the first and second eigenvalues of the covariant matrix contains almost 90% of the variables’ variance possible to see through the PCA, which means that the problem can be reduced by a two-dimensional analysis. The results show a close similarity between the global variability in two groups test, athletes and sedentary (control). For the athletes group, the parameter Vt is responsible for the high VE variability values while in the sedentary group the FR is more relevant for VE variability. The result improves the knowledge about respiratory variability during exercise, showing that Vt’s and FR’s variabilities contribute in different ways to global ventilation variability during a maximal cardiopulmonary exercise test in athletes and sedentary men.


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Se não fizer bem, ao menos não fará mal. Será????

Muito interessante o comentário do Prof. José Caballero, professor da Universidade Johns Hopkins, publicado no Cleveland Clinics Medical Journal (Out/2010) e disponível gratuitamente na internet. Ao ser perguntado sobre a indicação de suplementos vitamínicos em indivíduos saudáveis o Prof. Caballero foi taxativo em responder que além de não fazer bem, o uso de suplementos vitamínicos sem indicação médica pode fazer mal. Pois é, aquela máxima de que se não fizer bem, ao menos não fará mal, definitivamente caiu por terra no que diz respeito ao uso indiscriminado de polivitamínicos. O comentário do Dr. Caballero baseou-se no Guia nutricional para a população americana, também disponível online.

Nenhum estudo científico foi capaz de reproduzir, com a suplementação de vitaminas, os mesmos resultados encontrados quando realizamos uma dieta rica em vegetais e frutas. Provavelmente, existem muito mais componentes benéficos nestes alimentos do que os que conhecemos e tentamos incluir nos polivitaminícos.
Outro fato interessante: vitaminas podem fazer mal. O Selenium and Vitamin E Cancer Prevention Trial (SELECT 3) foi interrompido após detectar  maior número de casos de câncer de próstata nos indivíduos que receberam vitamina E e  maior incidência de diabetes naqueles que receberam suplementos com selênio.
Além disso, uma metanálise revelou maior mortalidade em indivíduos que fizeram suplementação com vitamina E.
Fica o recado: ao invés de passar na farmácia, vamos melhorar a qualidade de nossas refeições!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Nossa participação nas Diretrizes Brasileiras de Cardiogeriatria

Tivemos a honra de participar da elaboração das II Diretrizes em Cardiogeriatria da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Bastante ampla e atualizada, a Diretriz foi dividida nos seguintes tópicos:

* Prevenção de fatores de risco/ Doença na mulher/ Doença aterosclerótica não coronariana
* Insuficiência cardíaca
* Insuficiência coronariana aguda e crônica
* Arritmia cardíaca/ Marca-passo/ Desfibriladores
* Valvulopatias
* Hipertensão arterial
Leitura obrigatória para qualquer profissional de saúde que atenda pacientes da terceira idade!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Caminhando para não perder massa cinzenta

Fonte: http://www.alzheimerspreventiondigest.com/
Andar pelo menos 6 milhas por semana (9,65 km) mantém o volume cerebral e mantém a função cognitiva em idosos. Um estudo publicado recentemente na revista Neurology é o primeiro a comprovar, com acompanhamento longitudinal, os benefícios da caminhada para manutenção da função cognitiva. Quase 300 idosos sem demência foram acompanhados e comprovou-se que aqueles que caminhavam regularmente, ao menos 9,65 km/semana foram os que apresentaram maior massa cinzenta à ressonância. Aqueles que caminhavam distâncias ainda mais longas não apresentaram benefícios extras. Além disso, as áreas cerebrais que aumentaram de tamanho são aquelas associadas ao menor risco de desenvolvimento de demência.  

Para não esquecer destes resultados:
Caminhar ao menos 9,6 km/semana aumentou a massa cinzenta cerebral e reduziu em 2x o risco para desenvolvimento de demência.

Keep walking...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Açaí: o benefício está no caroço

Fonte: http://www.comialiblog.com/acai-in-natura-ou-na-tigela/
O consumo de açaí na tigela começou aqui no Rio de Janeiro com os surfistas e acabou ganhando o gosto popular. Com a chegada do verão, o consumo desta delícia gelada só tende a aumentar.
A novidade é que pesquisas realizadas pelo Prof. Roberto Soares de Moura, da UERJ, concluíram que o extrato do caroço do açaí é anti-hipertensivo, reduz o nível de colesterol e reduz a resistência insulínica. O Prof. Roberto, em entrevista ao Boletim da Faperj ressalta que a comercialização do extrato do caroço de açaí terá como vantagem também o preço, pois atualmente toneladas de caroço de açaí são jogadas fora sem nenhuma utilização.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Cobertor curto: cuidado com a reposição de cálcio em cardiopatas!

Fonte: http://pensesobre.wordpress.com/2010/03/02/o-cobertor-curto-administracao-publica/ 

Uma interessante metanálise sobre "Efeitos da suplementação de cálcio e risco de infarto" está disponível no site do British Medical Journal com acesso livre. O artigo analisou 15 estudos e concluiu que suplementos com cálcio e vitamina D aumentam o risco de infarto agudo do miocárdio. Considerando que osteoporose e doença arterial coronariana são bastante prevalentes na população adulta e idosa, tais resultados devem ser sempre levados em consideração ao nos depararmos com pacientes com osteoporose e elevado risco cardiovascular. Segundo o próprio estudo, deve-se reavaliar o real papel dos suplementos de cálcio no tratamento da osteoporose.
Não se esqueça que um bom aliado para o tratamento destas duas condições é o exercício físico. O treinamento físico regular, desde que prescrito adequadamente, pode atuar de forma positiva tanto na prevenção quanto no tratamento da osteoporose e da doença arterial coronariana!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Emagrecimento: Caralluma fimbriata

Caralluma Fimbriata
Já tinha visto na televisão, na internet, ouvido de amigos e agora acabo de receber um e-mail falando das maravilhas obtidas após algumas semanas utilizando cápsulas contendo extrato de Caralluma Fimbriata. Dizem que este "emagrecedor da moda" foi usado até pela Ivete Sangalo para perder os quilos ganhos na gravidez. Enfim, se a Ivete utilizou ou não eu não sei, Mas muita gente tem utilizado, e me perguntado sobre a Caralluma Fimbriata. Como desconhecia este cacto indiano até ser assolada por esta verdadeira enxurrada de propaganda, resolvi pesquisar a respeito. 
Aqueles me conhecem sabem: se não sei sobre determinado assunto médico, vou ao PubMed e tento descobrir. Foi o que fiz e, confesso, me supreendi com a falta de estudos cientificamente confiáveis que avaliassem os efeitos emagrecedores da  Caralluma Fimbriata. Encontrei apenas um artigo, publicado por pesquisadores indianos na revista Appetite em 2007. Neste estudo, 50 adultos com sobrepeso ou obesos foram randomizados para ingerir diariamente 1 g de extrato de Caralluma ou placebo por 60 dias. Todos os indivíduos receberam aconselhamento tradicional sobre mudanças no estilo de vida. O grupo que tomou Caralluma teve maior redução na circunferência abdominal e índices de fome do que o grupo placebo. Não houve diferença significativa entre os grupos em relação ao peso, índice de massa corporal, circunferência de quadril, percentual de gordura corporal e consumo calórico.
Não encontrei artigos que comentassem a respeito de potenciais efeitos colaterais da Caralluma.
Considerando a escassez de informações fica difícil prescrever Caralluma à luz da medicina baseada em evdências. Exercício físico e dieta continuam sendo as melhores opções, saudáveis e cientificamente comprovadas, para fazermos as pazes com a balança.


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Honrada por poder participar mais uma vez: XI Imersão em XI Imersão em Ergometria, Reabilitação e Cardiologia Desportiva

Fiquei muito feliz em ter sido mais uma vez convidada para participar a Imersão em ergometria, reabilitação e cardiologia desportiva, promovida pelo Departamento de Ergometria e Reabilitação Cardíaca da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro. Este já tradicional evento é uma excelente oportunidade para estudantes e profissionais que lidam com ergometria e reabilitação se atualizarem e trocarem experiências. Desta vez caberá a mim um tema polêmico e bastante atual: "Atleta hiper-reator ao estresse mental pode ser liberado para competições?".
Não deixe de conferir o restante do programa no cartaz acima.
Nos vemos na Imersão em 06 de novembro!
Até lá!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Nova fórmula para estimar frequência cardíaca máxima em mulheres

A freqüência cardíaca máxima é utilizada não apenas como parâmetro na prescrição do treinamento, mas também para estimativa do risco cardiovascular. Mais especificamente, pessoas que não alcançam ao menos 85% da frequência cardíaca máxima prevista durante teste ergométrico apresenta maior risco para a ocorrência de eventos cardiovasculares. Idealmente a prescrição de exercícios deve basear-se na frequência cardíaca máxima real (avaliada em teste ergométrico) e não no resultado de fórmulas. Entretanto, como nem todos têm acesso a este tipo de exame antes de iniciar a prática de atividade física, as fórmulas para estimativa da frequência cardíaca máxima se popularizaram. Diversos cálculos já foram propostos para estimar a freqüência cardíaca máxima e o mais utilizado mundialmente é:

Freqüência cardíaca máxima= 220 - idade

Entretanto, um estudo recentemente publicado na Circulation e comentado no site da American Heart Association deixa claro que, pelo menos para as mulheres, o cálculo deve ser diferente. A principal investigadora do estudo, Profa. Martha Gulati, da Northwestern University, Chicago, chega a declarar que " Mulheres não são homens pequenos" e que o uso da antiga fórmula acaba por superestimar o risco cardiovascular quando utilizada em mulheres.
Meninas, o cálculo para estimar a sua freqüência cardíaca máxima passa a ser:

Freqüência cardíaca máxima= 206 - (0,88 x idade)

Apesar de saber minha freqüência cardíaca máxima no teste ergométrico, já fiz meu cálculo. E você, já fez o seu?
Bom treino!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Exagero na prática de exercícios pode causar lesões graves em sedentários

Reproduzimos abaixo matéria publicada no site do Ministério da Saúde, baseada em entrevista à Dra Renata Castro.

Exagero na prática de exercícios pode causar lesões graves em sedentáriosMédica do Into recomenda a prática de atividades físicas quatro vezes por semana


Levar uma vida sedentária e resolver fazer exercícios de uma hora para a outra não é nem um pouco saudável. Por conta da malhação excessiva e da carga repetitiva de esforços no curto prazo, muitos adeptos dessa prática acabam sofrendo uma série de lesões graves sobre as articulações e dores que acabam levando ao abandono da atividade física antes de o corpo se acostumar a ela.

De acordo com a Dra. Renata Castro, médica do esporte do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), as principais queixas dos sedentários são as dores musculares generalizadas e as dores lombares. “A pessoa deve avaliar como se sente após fazer os exercícios para saber se ultrapassou o limite ou não. Se não houver condições de repetir a mesma atividade no dia seguinte, é porque houve exagero”, diz a médica.

Quando isso acontece, recomenda-se o afastamento dos treinos. Em alguns casos, é necessário recorrer ao uso de medicamentos anti-inflamatórios, que poderão causar os temidos efeitos colaterais. O ideal é fazer um exercício aeróbico por, no mínimo, 30 minutos, quatro vezes por semana, sendo necessário aguardar até seis meses para que os primeiros benefícios comecem a surgir

Link da matéria original: http://www.comunicacaosaude.com.br/newsletter/interna.php?CO_DIR=156&CO_MAT=1820

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O Popeye estava certo!

Na última década as ações do óxido nítrico vem sendo intensamente estudadas. Um artigo publicado na Cardiovascular Research revisa os efeitos benéficos do consumo de nitratos inorgânicos na dieta, incluindo redução da pressão arterial, inibição da agregação plaquetária e melhora da reatividade vascular. tais efeitos são mediados pelo óxido nitríco. Além disso, o uso de nitratos reduz o custo energético de exercícios de moderada intensidade e melhora a capacidade aeróbica (aumento do consumo máximo de oxigênio) de indivíduos saudáveis. Tais efeitos podem ser alcançados com o consumo diário de 100 a 300g de vegetais ricos em nitratos como espinafre ou beterraba. As pesquisas são recentes, mas o Popeye já sabia disso há muito tempo...


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Recebemos a versão final do artigo!


Acabamos de receber a versão final de nosso artigo onde propomos a utilização de um protocolo mais curto para realização de teste cardiopulmonar de exercício utilizando membros superiores. Por questões de copyright impostas pelo Clinical Physiology and Functional Imaging não podemos disponibilizar o artigo na íntegra. Porém podemos encaminhar, via e-mail, o artigo completo em PDF aos interessados. Basta deixar seu e-mail aqui no Blog!

sábado, 9 de outubro de 2010

II Curso Nacional sobre Teste Cardiopulmonar de Exercício na Medicina e no Esporte

De 15 a 17 de outubro ocorrerá o II Curso Nacional sobre Teste Cardiopulmonar de Exercício na Medicina e no Esporte, no Hotel Pestana, em Copacabana.
Aos interessados em aprender mais sobre o método, vale a pena conferir o site do evento, com maiores informações: http://www.attraction.com.br/eventos.html

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Abbot retira sibutramina do mercado americano

Já havíamos publicado outros posts sobre sibutramina. O FDA americano acaba de anunciar que os laboratórios Abbot suspenderam a venda de sibutramina nos EUA. A ação é conseqüência dos estudos recentes, e já comentados aqui (http://medicinadoexercicio.blogspot.com/2010/09/sibutramina-heroina-ou-vila.html), que confirmaram o maior risco de ocorrência de eventos cardiovasculares em pacientes com risco cardiovascular aumentado e que faziam uso da sibutramina para emagrecer. Se você faz uso da sibutramina, sugerimos que converse com seu médico para que ele avalie se você se encontra nesta população de maior risco.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Atividade física ao ar livre X violência

Foto retirada de http://felipeoneill.blogspot.com

O recém-publicado suplemento do Journal of Physical Activity and Health traz artigos interessantes sobre o impacto da disponibilidade de áreas de lazer seguras e agradáveis sobre a prática de atividade física. Um dos artigos, publicado por um grupo de epidemiologistas da Universidade de Pelotas, deixa claro que pessoas que vivem próximos a áreas verdes se exercitam mais. O mesmo grupo concluiu que pessoas que moram em áreas onde há acúmulo de lixo nas calçadas ou excesso de tráfego de veículos acabam caminhando  menos. Em nosso país uma parcela muito pequena da população pode arcar com os custos de uma academia. Assim, fica aqui o alerta para a necessidade de maior disponibilidade de áreas públicas para a prática de atividade física.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Doutora, eu sei que sou "cardíaco", posso viajar para o Perú?

Anúncios de agências de viagens começam a ficar ainda mais freqüentes nesta época do ano, com a aproximação das férias. Hoje pela manhã assisti um anúncio oferecendo boas condições para uma viagem de uma semana no Perú. Daí surgiu a pergunta, o quê tem sido publicado sobre cardiopatia e altitude? Pacientes com doença arterial coronariana poderiam fazer este pacote e embarcar para o Perú?
O último número da revista High Altitude Medicine & Biology, especializada no tema traz um artigo muito interessante intitulado " Can Patients with Coronary Heart Disease Go to High Altitude?". Neste artigo, fica claro que, apesar de não haver tanta literatura a respeito do tema, a avaliação de cada paciente antes de ser, ou não, liberado para esta viagem é muito importante. Sabe-se que em locais com maior altitude, a rarefação do ar pode reduzir o conteúdo arterial de oxigênio, reduzindo o aporte de oxigênio para o miocárdio. Em locais de maior altitude, mesmo durante o repouso, o consumo de oxigênio pelo miocárdio está aumentado, principalmente em indivíduos não aclimatados, ou seja, acostumados com esta condição. Apesar disto, estudos prévios já demonstraram que a permanência em locais com altitude até 3000 m é geralmente segura para pacientes coronariopatas. Nos primeiros dias após a chegada, pacientes com angina estável podem apresentar sintomas de isquemia miocárdica mesmo em esforços menores do que aqueles que usualmente desencadeariam tais sintomas ao nível do mar. Entretanto, a ocorrência de eventos cardíacos mais graves não é mais freqüente nos locais mais altos, a não ser naqueles indivíduos com capacidade física muito baixa. Assim, é interessante propor um programa de condicionamento físico supervisionado para estes pacientes precedendo a viagem.  Viagens para locais com altitude de 3500m devem ser evitadas, a não ser para coronariopatas com angina estável, função ventricular preservada e boa capacidade aeróbica. Finalmente, mesmo com quadro clínico compensado, coronariopatas não devem viajar para locais acima de 4500 m de altitude.
Independente do quadro clínico e da altitude, fica o recado: coronariopatas não devem viajar para locais com altitude elevada sem avaliação médica prévia. A atenção para a disponibilidade de serviço médico no local também é essencial e não deve ser negligenciada. Boa viagem!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Alerta: Síndrome metabólica

A síndrome metabólica é diagnosticada quando um paciente apresenta ao menos três dos seguintes critérios:

  • Perímetro de cintura aumentado:
    • Homem — Igual ou superior a 102 cm / 40 polegadas
    • Mulher — Igual ou superior a 88 cm / 35 polegadas
  • Trigliceridemia elevada: Igual ou superior a 150 mg/dL (ou a utilização de fármacos para o controle)
  • Colesterol HDL (“bom”) diminuído (ou a utilização de fármacos para a sua elevação):
    • Homem — Inferior ou igual a 40 mg/dL
    • Mulher - Inferior ou igual a 50 mg/dL
  • Pressão arterial elevada: Igual ou superior a 130/85 mmHg (ou a utilização de fármacos para o seu tratamento)
  • Elevação da glicose em jejum: Igual ou superior a 100 mg/dL (5.6 mmol/L) (ou a utilização de fármacos para o tratamento da hiperglicemia)

Indivíduos com Síndrome metabólica apresentam risco aumentado para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.

Apesar de conhecermos os riscos da Síndrome metabólica, sua incidência vem crescendo de forma rápida. Dados da Third National Health and Nutrition Examination Survey mostram que sua prevalência em americanos com mais de 20 anos de idade ultrapassa os 34%. Não temos estatísticas brasileiras atualizadas, mas podemos inferir que aqui no Brasil a prevalência de síndrome metabólica vem crescendo na última década. Vale ressaltar que a prática regular de atividade física é uma das melhores estratégias para a reversão deste quadro.

sábado, 2 de outubro de 2010

Hipotireoidismo subclínico e risco cardiovascular

O último número da JAMA publicou uma metanálise muito interessante sobre risco cardiovascular em pacientes com hipotireoidismo subclínico. O artigo compila os dados de várias pesquisas randomizadas totatlizando o acompanhamento de mais de 55.000 voluntários. Após análise dos resultados, fica clara a associação entre hipotireoidismo subclínico e maior risco cardiovascular. Entretanto, vale ressaltar que o estudo não considerou indivíduos tratados. Ou seja, fica ainda a dúvida se o tratamento do hipotireoidismo, mesmo assintomático, corrigiria o maior risco para a ocorrência de infarto nestes pacientes. Enquanto esta dúvida continua, fica o alerta: vamos tentar corrigir os fatores de risco destes pacientes mais agressivamente: estimular a prática de exercícios, reduzir os valores de colesterol total de LDL e eliminar o tabagismo passam a ser ainda mais desejáveis nos indivíduos com hipotireoidismo.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

História da Medicina

O Rio de Janeiro sediará o XV Congresso Brasileiro de História da Medicina e o II Congresso de História da Medicina do Estado
do Rio de Janeiro, entre os dias 6 e 9 de outubro, nas dependências da Academia Nacional de Medicina, no centro da cidade.
Maiores informações: http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=6686


quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Aficcionados por tecnologia, vamos correr!!!

http://www.youtube.com/watch?v=CVa45AuSKvo

Tenho utilizado o Garmin Forerunner 310 XT durante corrida. Para aqueles que gostam de tecnologia, é um prato cheio. Tem GPS, mostrando distância percorrida e calculando a velocidade em tempo real. A função de monitor de freqüência cardíaca também funciona muito bem, praticamente sem interferências. O download do treino para computador é automático, via bluetooth. Com cadastro gratuito no site da Garmin é possível visualizar o percurso do treino no Google maps, e  curva de freqüência cardíaca e de altitude. Enfim,  ainda existem outros recursos que ainda não testei. Apesar de não ter gostado do design e do tamanho deste "brinquedinho", posso dizer que, funcionalmente, ele está mais do que aprovado. Ah, já ia me esquecendo... não é difícil de usar e tem menu e manual em português.

Doutora, eu sei que sou "cardíaco", posso frequentar a piscina do clube?

Com a aproximação do verão, esta pergunta torna-se cada vez mais frequente nos consultórios de cardiologistas e médicos do esporte. Um estudo pequeno, mas randomizado, publicado no European Journal of Heart Failure avaliou o que acontece quando pacientes com insuficiência cardíaca compensada são imersos em água fria. Apesar de os pacientes terem tolerado bem a imersão passiva e a natação em água fria e morna, houve aumento da frequência de arritmias (extrassístoles) durante a imersão em água fria (22° C). Assim, mesmo em pacientes compensados, deve-se atentar para o maior risco do desenvolvimento de arritmias malignas quando pacientes com insuficiência cardíaca são expostos à imersão em água com temperaturas mais baixas. Obviamente, a temperatura da água não é o único fato a ser considerado antes de respondermos a pergunta que motivou este post. A avaliação individualizada do quadro clínico do paciente, bem como a descrição mais detalhada sobre o que significa, para o paciente, "frequentar a piscina do clube", são pontos decisivos para que possamos responder adequadamente à pergunta. De qualquer forma, em linhas gerais, se a água da tal piscina estiver muito fria,  já sabemos que existe maior risco de arritmias e, portanto, a resposta será negativa para pacientes com insuficiência cardíaca, mesmo que compensados.

sábado, 25 de setembro de 2010

Sibutramina: heroína ou vilã?

Muito tem sido comentado sobre o maior risco cardiovascular relacionado ao uso de sibutramina. A sibutramina é um medicamento anti-obesidade que reduz apetite e promove perda de peso quando utilizada em associação com dieta e prática regular de exercícios físicos. Ao promover o emagrecimento, outros efeitos desejáveis são alcançados com o uso da sibutramina, como redução da resistência insulínica, melhora do metabolismo da glicos e lipídios e do perfil inflamatório. Entretanto, a sibutramina tem também efeitos indesejáveis, como aumento da frequencia cardíaca e eventuais aumentos na pressão arterial. Assim, as vantagens e desvantagens do uso de sibutramina vem sendo intensamente discutidas em diferentes artigos científicos e pesquisas envolvendo milhares de pacientes.
Para os interessados no assunto, sugiro a leitura dé uma revisão recém publicada sobre o tema na revista American Journal of Cardiovascular Drugs. De forma bastante elucidativa, o artigo comenta as vantagens e desvantagens do uso da sibutamina para emagrecimento. Considerando que os efeitos benéficos do uso não são maiores que o risco para a ocorrência de eventos cardíacos não-fatais, a Agência Européia de Medicamentos recomendou a suspensão da venda da sibutramina nos países da União Européia, enquanto o FDA americano indicou a inclusão de uma tarja preta na caixa do medicamento, alertando para o maior risco de acidente vascular cerebral e infarto em pacientes com história de doença cardiovascular. Em conclusão, a preocupação referente aos riscos do uso da sibutramina continuam e ela definitivamente não deve ser prescrita para pacientes com risco cardiovascular elevado. A busca por um medicamento mágico que nos permita alcançar o peso ideal sem esforço continua. Para aqueles dispostos a suar a camisa, exercício e dieta continuam sendo os aliados mais eficazes e saudáveis para a perda de peso!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Vem chegando o verão...

Recentemente demos uma entrevista ao portal do Ministério da Saúde sobre os "malhadores de verão":
http://portal.saude.gov.br/saude/area.cfm?id_area=1302

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Dia Mundial do Coração

No dia mundial do coração, um vídeo com uma mensagem pesada, mas que nos faz pensar em mudar certas atitudes...

http://www.youtube.com/watch?v=zUxIXQza-dM

Vale a pena ler: Intervenções para promoção de atividade física e dieta para redução de fatores de risco em adultos

Acaba de ser publicado o posicionamento oficial da Associação Americana do Coração (American Heart Association) sobre Intervenções para promoção de atividade física e dieta visando redução dos fatores de risco cardiovascular em adultos. O posicionamento foi escrito pelos principais especialistas no assunto e está disponível para download gratuito em http://circ.ahajournals.org/cgi/reprint/122/4/406
Leitura obrigatória para todos os profissionais de saúde que lidam com indivíduos adultos!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Exercício na Síndrome do Ovário Policístico

A síndrome do ovário policístico (SOP)  é extremamente comum, atingindo cerca de 6% das mulheres em idade fértil. Irregularidades menstruais, presença de pêlos em locais tipicamente masculinos e a presença de cistos nos ovários podem ser indícios desta síndrome. Pouco se sabe a respeito dos possíveis efeitos benéficos da prática regular de exercícios sobre a SOP. Esta semana foi publicada uma revisão sistemática que avaliou os efeitos da prática de exercícios sobre a SOP. Apesar de poucos artigos terem sido encontrados e analisados, esta metanálise concluiu que os principais benefícios do exercício nestes casos são: melhora da ovulação, redução da  incidência de resistência insulínica e perda de peso.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Mais um benefício do exercício!

O excesso de oscilações em parâmetros ventilatórios durante o exercício, chamado ventilação periódica, é um fator de pior prognóstico em pacientes com insuficiência cardíaca. Raros estudos avaliaram intervenções capazes de reverter a ocorrência de ventilação periódica nestes pacientes. Recentemente publicamos, em conjunto com o InCor e a UFF, relato de caso onde tal fenômeno foi revertido com reabilitação cardíaca. Apesar de ser apenas um relato de caso, este artigo abre as portas para mais um benefício da prática regular de exercícios físicos em cardiopatas.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Receitas da vovó na era da medicina baseada em evidências

Quem de nós nunca recebeu uma dica caseira para utilizar Arnica (A. montana) para melhorar dores musculares?
Apesar de a sabedoria popular indicar a aplicação tópica de Arnica com esta finalidade, não foi possível compravar este benefício cientificamente. Pesquisadores do Texas, EUA, realizaram estudo duplo-cego e randomizado, controlado com placebo e concluíram que após 24 horas de uso tópico de Arnica houve aumento de dor muscular pós-exercício e não melhora, como seria esperado. Após 48h os voluntários relataram queixas de dor semelhantes com placebo ou Arnica.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Exercício na prevenção e prognóstico da Doença de Alzheimer

Pesquisadores da Universidade de Colúmbia, EUA, acompanharam mais de 350 idosos por cerca de cinco anos e concluíram que a prática regular de exercícios físicos reduziu a incidência de Doença de Alzheimer nesta população. Além disso, o maior volume de treinamento correlacionou-se inversamente com a mortalidade destes pacientes, apesar de não ter relação com a intensidade do déficit cognitivo.

Para maiores detalhes: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20808142

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Kung Fu melhora a aptidão física em adolescentes

Estudo australiano recentemente publicado comparou os efeitos da prática de tai-chi-chuan e kung fu em adolescentes obesos e com sobrepeso. Apesar de ambos os grupos terem apresentado melhoras em testes de força e resistência, os adolescentes que praticaram kung fu obtiveram resultados ainda superiores.A prática de artes marciais se apresenta como boa alternativa para o desenvolvimento de hábitos saudáveis em adolescentes.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Nossa proposta para um novo protocol de teste de esforço com cicloergômetro de braço

Saiu hoje no PUBMED o resumo de nosso artigo recém publicado. Por questões de copyright, o artigo não pode ser disponibilizado na íntegra aqui em nosso Blog. Podemos enviar o PDF do artigo para os interessados. Nos mandem uma mensagem que o enviaremos por e-mail gratuitamente! O resumo segue abaixo.

Clin Physiol Funct Imaging. 2010 Aug 15. [Epub ahead of print]




The influence of a fast ramp rate on peak cardiopulmonary parameters during arm crank ergometry.

Castro RR, Pedrosa S, Chabalgoity F, Sousa EB, Nobrega AC.



Exercise Physiology Laboratory, National Institute of Traumatology and Orthopedics, Rio de Janeiro.



Abstract

Summary The influence of a very fast ramp rate on cardiopulmonary variables at ventilatory threshold and peak exercise during a maximal arm crank exercise test has not been extensively studied. Considering that short arm crank tests could be sufficient to achieve maximal oxygen consumption (VO(2)), it would be of practical interest to explore this possibility. Thus, this study aimed to analyse the influence of a fast ramp rate (20 W min(-1)) on the cardiopulmonary responses of healthy individuals during a maximal arm crank ergometry test. Seventeen healthy individuals performed maximal cardiopulmonary exercise tests (Ultima CardiO2; Medical Graphics Corporation, St Louis, USA) in arm ergometer (Angio, LODE, Groningen, The Netherlands) following two protocols in random order: fast protocol (increment: 2 w/6 s) and slow protocol (increment: 1 w/6 s). The fast protocol was repeated 60-90 days after the 1st test to evaluate protocol reproducibility. Both protocols elicited the same peak VO(2) (fast: 23.51 +/- 6.00 versus slow: 23.28 +/- 7.77 ml kg(-1) min(-1); P = 0.12) but peak power load in the fast ramp protocol was higher than the one in the slow ramp protocol (119 +/- 43 versus. 102 +/- 39 W, P < 0.001). There was no other difference in ventilatory threshold and peak exercise variables when 1st and 2nd fast protocols were compared. Fast protocol seems to be useful when healthy young individuals perform arm cardiopulmonary exercise test. The usefulness of this protocol in other populations remains to be evaluated.



PMID: 20718807 [PubMed - as supplied by publisher]

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Efeito "esteira quebrada"

Hoje fiz um teste ergométrico que me deixou muito satisfeita. Logo após ser recebido, o paciente começou a falar:
Paciente: - Dra, esta esteira mudou minha vida
Eu: - É mesmo? Por quê?
Paciente: - Ano passado, fiz exame aqui com a senhora. Deu um problema na esteira e enquanto a senhora tentava resolver no computador, fiquei me olhando neste espelho e lembrei no meu pai. Ele morreu muito gordo, novo... e pensei que estava indo pelo mesmo caminho. Não quero isso pra mim! Desde então, perdi 23 kg. Faço dieta, caminho e pratico dança de salão todos os dias.
Comparei o resultado do exame de 2009 com o realizado hoje. O paciente, agora com 41 anos de idade, aumentou sua capacidade aeróbica em mais de 70%. O VO2 estimado que era de 6,6 METs (realmente muito abaixo do previsto), hoje foi de 11,7 METs (acima do previsto para a faixa etária). O comportamento da pressão arterial ao esforço também foi melhor.
Eu e o paciente ficamos muito satisfeitos com o resultado. Vale ressaltar que ele não tomou qualquer medida drástica. Apenas passou a adotar um estilo de vida saudável. Falta de tempo pra isso? Ele conseguiu uma academia perto do trabalho onde a aula de dança de salão é na hora do almoço. Basta perseguir nossos objetivos!
Fica aqui o bom exemplo do "efeito esteira quebrada"!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Musculação em crianças

O treinamento contra-resistência, antes proscrito para crianças, começa a ter seus benefícios comprovados também nos mais jovens. Obviamente, tais programas de condicionamento muscular devem ser prescritos por profissionais especializados, cientes das peculiaridades físicas e psíquicas de crainças e adolescentes.

Para saber mais: Pediatric resistance training: benefits, concerns, and program design considerations. Curr Sports Med Rep. 2010 May-Jun;9(3):161-8

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Levante-se!

Um artigo publicado no último número do American Journal of Epidemiology mereceu destaque no site médico Medscape. O trabalho, com resultados do seguimento de mais de 110.000 pessoas por mais de 14 anos concluiu que pessoas que passaram mais de seis horas por dia, na posição sentada, excluindo-se o período de trabalho, morrem mais que aquelas que passam menos de três horas nesta posição em seu período de lazer. Esses resultados foram ainda mais evidentes em mulheres, mas verdadeiros também para os homens. Um dado importante é que os efeitos deletérios das horas gastas na posição sentada foram ainda maiores nos indivíduos que se exercitam pouco. A recomendação final do Dr Patel, principal autor do artigo, foi "É benéfico estimular que indivíduos sedentários se levantem e caminhem, bem como que atinjam níveis ótimos de atividade física."