quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O teste ergométrico: muito além do atestado para atividade física.

Recentemente fomos convidadas a escrever para o VitaNews. Trancrevo abaixo nossa contribuição sobre teste ergométrico.
O teste ergométrico, também conhecido por teste de exercício ou teste de esforço, vem sendo cada vez mais solicitado, em função da obrigatoriedade do mesmo quando da liberação para a prática de atividade física. No Rio de Janeiro, o artigo 1° da Lei 2014/92 obriga a apresentação de atestado médico de aptidão física, no ato da matrícula nas academias e ginásios de artes marciais, musculação e ginástica de qualquer tipo, que deverá ser renovado a cada 06 (seis) meses e arquivado e anotado na ficha do aluno ou usuário. De acordo com a justificativa publicada junto com a homologação desta Lei, a avaliação médica deve incluir teste ergométrico. 
Na verdade, o teste ergométrico representa muito mais do que mera burocracia para que possamos freqüentar academias. Trata-se de exame médico com fins prioritariamente diagnósticos e prognósticos, mas que também, quando bem interpretado, pode ser utilizado para a prescrição segura e otimizada de exercícios físicos. 
Existem livros inteiros sobre teste ergométrico e foge ao escopo deste artigo descrever todos as possíveis interpretações de um teste ergométrico. De forma resumida, o exame pode diagnosticar doença arterial coronariana, auxiliar na investigação de cansaço desproporcional aos esforços, avaliar a resposta de diferentes tratamentos medicamentosos e registrar a resposta da pressão arterial ao exercício.
Em indivíduos saudáveis, o teste ergométrico “normal”, pode ser utilizado para a prescrição de exercícios. O uso de frequencímetros (equipamentos que registram continuamente a freqüência cardíaca) está cada vez mais corriqueiro. Para a prescrição correta da atividade física em faixas de freqüência cardíaca precisamos saber, no mínimo, qual a nossa freqüência cardíaca máxima. Entretanto, sabemos que as muito difundidas fórmulas para previsão da freqüência cardíaca apresentam erros. A prescrição da atividade física de acordo com a freqüência cardíaca estimada, e não aferida, poderá implicar em indicação de intensidade diferente da correta, ou seja, treinos muito intensos e com maior risco de lesões (quando a frequência cardíaca máxima foi superestimada) ou treinos menos intensos, e com menor benefício (no caso de frequência cardíaca máxima subestimada). A melhor forma de aferirmos corretamente a frequência cardíaca máxima é realizando um teste ergométrico máximo, onde o indivíduo interrompe o exercício por ter alcançado a exaustão. 
Existem muitos outros dados que do teste ergométrico que podem ser utilizados para a prescrição de exercícios, mas para isso o ideal é conversar com um especialista. 
Converse com seu médico e bom treino!

Um comentário:

  1. Adorei a abordagem, inclusive, tenho que fazer meu teste,o último que fiz foi em dezembro de 2009. Vou "correndo" fazer o meu.

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