sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Boxe como adjuvante no tratamento da Doença de Parkinson

Não são raros os casos de alterações neurológicas em lutadores de boxe. Quem não se lembra do momento em que Muhamad Ali, um dos maiores boxers de todos os tempos, acendeu a tocha olímpica na abertura das Olimpíadas de Atlanta (1996) com seus movimentos enrijecidos pela Doença de Parkinson?

Os traumas cerebrais repetidos, conseqüentes à prática do boxe podem produzir danos neurológicos progressivos. Inicialmente esta síndrome era conhecida como "demência pugilística" e mais recentemente passou a ser denominada encefalopatia traumática crônica. Mas isso foi descrito em 1920 e não é novidade...

A novidade é que uma série de casos publicada recentemente teve bons resultados ao propor treinamento de boxe a pacientes com Doença de Parkinson. Antes que vocês imaginem pacientes parkinsonianos degladiando-se sobre um ringue de boxe, vou explicar melhor. Os pacientes do estudo foram submetidos a treinamento específico, envolvendo os movimentos do boxe, além de exercícios convencionais que visavam aumentar força, flexibilidade e resistância. Apesar da natureza progressiva da Doença de Parkinson, os pacientes tiveram benefícios a curto e longo prazo (36 semanas) em testes de equilíbrio, marcha, atividades cotidianas e qualidade de vida, com o treinamento de boxe. Estudos envolvendo um maior número de pacientes ainda são necessários, mas estes resultados são bastante interessantes.

Para ler mais sobre conseqüências neurológicas da prática de boxe: Chronic Traumatic Encephalopathy in Athletes: Progressive Tauopathy following Repetitive Head Injury

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