quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Nossa participação nas Diretrizes Brasileiras de Cardiogeriatria

Tivemos a honra de participar da elaboração das II Diretrizes em Cardiogeriatria da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Bastante ampla e atualizada, a Diretriz foi dividida nos seguintes tópicos:

* Prevenção de fatores de risco/ Doença na mulher/ Doença aterosclerótica não coronariana
* Insuficiência cardíaca
* Insuficiência coronariana aguda e crônica
* Arritmia cardíaca/ Marca-passo/ Desfibriladores
* Valvulopatias
* Hipertensão arterial
Leitura obrigatória para qualquer profissional de saúde que atenda pacientes da terceira idade!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Caminhando para não perder massa cinzenta

Fonte: http://www.alzheimerspreventiondigest.com/
Andar pelo menos 6 milhas por semana (9,65 km) mantém o volume cerebral e mantém a função cognitiva em idosos. Um estudo publicado recentemente na revista Neurology é o primeiro a comprovar, com acompanhamento longitudinal, os benefícios da caminhada para manutenção da função cognitiva. Quase 300 idosos sem demência foram acompanhados e comprovou-se que aqueles que caminhavam regularmente, ao menos 9,65 km/semana foram os que apresentaram maior massa cinzenta à ressonância. Aqueles que caminhavam distâncias ainda mais longas não apresentaram benefícios extras. Além disso, as áreas cerebrais que aumentaram de tamanho são aquelas associadas ao menor risco de desenvolvimento de demência.  

Para não esquecer destes resultados:
Caminhar ao menos 9,6 km/semana aumentou a massa cinzenta cerebral e reduziu em 2x o risco para desenvolvimento de demência.

Keep walking...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Açaí: o benefício está no caroço

Fonte: http://www.comialiblog.com/acai-in-natura-ou-na-tigela/
O consumo de açaí na tigela começou aqui no Rio de Janeiro com os surfistas e acabou ganhando o gosto popular. Com a chegada do verão, o consumo desta delícia gelada só tende a aumentar.
A novidade é que pesquisas realizadas pelo Prof. Roberto Soares de Moura, da UERJ, concluíram que o extrato do caroço do açaí é anti-hipertensivo, reduz o nível de colesterol e reduz a resistência insulínica. O Prof. Roberto, em entrevista ao Boletim da Faperj ressalta que a comercialização do extrato do caroço de açaí terá como vantagem também o preço, pois atualmente toneladas de caroço de açaí são jogadas fora sem nenhuma utilização.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Cobertor curto: cuidado com a reposição de cálcio em cardiopatas!

Fonte: http://pensesobre.wordpress.com/2010/03/02/o-cobertor-curto-administracao-publica/ 

Uma interessante metanálise sobre "Efeitos da suplementação de cálcio e risco de infarto" está disponível no site do British Medical Journal com acesso livre. O artigo analisou 15 estudos e concluiu que suplementos com cálcio e vitamina D aumentam o risco de infarto agudo do miocárdio. Considerando que osteoporose e doença arterial coronariana são bastante prevalentes na população adulta e idosa, tais resultados devem ser sempre levados em consideração ao nos depararmos com pacientes com osteoporose e elevado risco cardiovascular. Segundo o próprio estudo, deve-se reavaliar o real papel dos suplementos de cálcio no tratamento da osteoporose.
Não se esqueça que um bom aliado para o tratamento destas duas condições é o exercício físico. O treinamento físico regular, desde que prescrito adequadamente, pode atuar de forma positiva tanto na prevenção quanto no tratamento da osteoporose e da doença arterial coronariana!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Emagrecimento: Caralluma fimbriata

Caralluma Fimbriata
Já tinha visto na televisão, na internet, ouvido de amigos e agora acabo de receber um e-mail falando das maravilhas obtidas após algumas semanas utilizando cápsulas contendo extrato de Caralluma Fimbriata. Dizem que este "emagrecedor da moda" foi usado até pela Ivete Sangalo para perder os quilos ganhos na gravidez. Enfim, se a Ivete utilizou ou não eu não sei, Mas muita gente tem utilizado, e me perguntado sobre a Caralluma Fimbriata. Como desconhecia este cacto indiano até ser assolada por esta verdadeira enxurrada de propaganda, resolvi pesquisar a respeito. 
Aqueles me conhecem sabem: se não sei sobre determinado assunto médico, vou ao PubMed e tento descobrir. Foi o que fiz e, confesso, me supreendi com a falta de estudos cientificamente confiáveis que avaliassem os efeitos emagrecedores da  Caralluma Fimbriata. Encontrei apenas um artigo, publicado por pesquisadores indianos na revista Appetite em 2007. Neste estudo, 50 adultos com sobrepeso ou obesos foram randomizados para ingerir diariamente 1 g de extrato de Caralluma ou placebo por 60 dias. Todos os indivíduos receberam aconselhamento tradicional sobre mudanças no estilo de vida. O grupo que tomou Caralluma teve maior redução na circunferência abdominal e índices de fome do que o grupo placebo. Não houve diferença significativa entre os grupos em relação ao peso, índice de massa corporal, circunferência de quadril, percentual de gordura corporal e consumo calórico.
Não encontrei artigos que comentassem a respeito de potenciais efeitos colaterais da Caralluma.
Considerando a escassez de informações fica difícil prescrever Caralluma à luz da medicina baseada em evdências. Exercício físico e dieta continuam sendo as melhores opções, saudáveis e cientificamente comprovadas, para fazermos as pazes com a balança.


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Honrada por poder participar mais uma vez: XI Imersão em XI Imersão em Ergometria, Reabilitação e Cardiologia Desportiva

Fiquei muito feliz em ter sido mais uma vez convidada para participar a Imersão em ergometria, reabilitação e cardiologia desportiva, promovida pelo Departamento de Ergometria e Reabilitação Cardíaca da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro. Este já tradicional evento é uma excelente oportunidade para estudantes e profissionais que lidam com ergometria e reabilitação se atualizarem e trocarem experiências. Desta vez caberá a mim um tema polêmico e bastante atual: "Atleta hiper-reator ao estresse mental pode ser liberado para competições?".
Não deixe de conferir o restante do programa no cartaz acima.
Nos vemos na Imersão em 06 de novembro!
Até lá!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Nova fórmula para estimar frequência cardíaca máxima em mulheres

A freqüência cardíaca máxima é utilizada não apenas como parâmetro na prescrição do treinamento, mas também para estimativa do risco cardiovascular. Mais especificamente, pessoas que não alcançam ao menos 85% da frequência cardíaca máxima prevista durante teste ergométrico apresenta maior risco para a ocorrência de eventos cardiovasculares. Idealmente a prescrição de exercícios deve basear-se na frequência cardíaca máxima real (avaliada em teste ergométrico) e não no resultado de fórmulas. Entretanto, como nem todos têm acesso a este tipo de exame antes de iniciar a prática de atividade física, as fórmulas para estimativa da frequência cardíaca máxima se popularizaram. Diversos cálculos já foram propostos para estimar a freqüência cardíaca máxima e o mais utilizado mundialmente é:

Freqüência cardíaca máxima= 220 - idade

Entretanto, um estudo recentemente publicado na Circulation e comentado no site da American Heart Association deixa claro que, pelo menos para as mulheres, o cálculo deve ser diferente. A principal investigadora do estudo, Profa. Martha Gulati, da Northwestern University, Chicago, chega a declarar que " Mulheres não são homens pequenos" e que o uso da antiga fórmula acaba por superestimar o risco cardiovascular quando utilizada em mulheres.
Meninas, o cálculo para estimar a sua freqüência cardíaca máxima passa a ser:

Freqüência cardíaca máxima= 206 - (0,88 x idade)

Apesar de saber minha freqüência cardíaca máxima no teste ergométrico, já fiz meu cálculo. E você, já fez o seu?
Bom treino!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Exagero na prática de exercícios pode causar lesões graves em sedentários

Reproduzimos abaixo matéria publicada no site do Ministério da Saúde, baseada em entrevista à Dra Renata Castro.

Exagero na prática de exercícios pode causar lesões graves em sedentáriosMédica do Into recomenda a prática de atividades físicas quatro vezes por semana


Levar uma vida sedentária e resolver fazer exercícios de uma hora para a outra não é nem um pouco saudável. Por conta da malhação excessiva e da carga repetitiva de esforços no curto prazo, muitos adeptos dessa prática acabam sofrendo uma série de lesões graves sobre as articulações e dores que acabam levando ao abandono da atividade física antes de o corpo se acostumar a ela.

De acordo com a Dra. Renata Castro, médica do esporte do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), as principais queixas dos sedentários são as dores musculares generalizadas e as dores lombares. “A pessoa deve avaliar como se sente após fazer os exercícios para saber se ultrapassou o limite ou não. Se não houver condições de repetir a mesma atividade no dia seguinte, é porque houve exagero”, diz a médica.

Quando isso acontece, recomenda-se o afastamento dos treinos. Em alguns casos, é necessário recorrer ao uso de medicamentos anti-inflamatórios, que poderão causar os temidos efeitos colaterais. O ideal é fazer um exercício aeróbico por, no mínimo, 30 minutos, quatro vezes por semana, sendo necessário aguardar até seis meses para que os primeiros benefícios comecem a surgir

Link da matéria original: http://www.comunicacaosaude.com.br/newsletter/interna.php?CO_DIR=156&CO_MAT=1820

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O Popeye estava certo!

Na última década as ações do óxido nítrico vem sendo intensamente estudadas. Um artigo publicado na Cardiovascular Research revisa os efeitos benéficos do consumo de nitratos inorgânicos na dieta, incluindo redução da pressão arterial, inibição da agregação plaquetária e melhora da reatividade vascular. tais efeitos são mediados pelo óxido nitríco. Além disso, o uso de nitratos reduz o custo energético de exercícios de moderada intensidade e melhora a capacidade aeróbica (aumento do consumo máximo de oxigênio) de indivíduos saudáveis. Tais efeitos podem ser alcançados com o consumo diário de 100 a 300g de vegetais ricos em nitratos como espinafre ou beterraba. As pesquisas são recentes, mas o Popeye já sabia disso há muito tempo...


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Recebemos a versão final do artigo!


Acabamos de receber a versão final de nosso artigo onde propomos a utilização de um protocolo mais curto para realização de teste cardiopulmonar de exercício utilizando membros superiores. Por questões de copyright impostas pelo Clinical Physiology and Functional Imaging não podemos disponibilizar o artigo na íntegra. Porém podemos encaminhar, via e-mail, o artigo completo em PDF aos interessados. Basta deixar seu e-mail aqui no Blog!

sábado, 9 de outubro de 2010

II Curso Nacional sobre Teste Cardiopulmonar de Exercício na Medicina e no Esporte

De 15 a 17 de outubro ocorrerá o II Curso Nacional sobre Teste Cardiopulmonar de Exercício na Medicina e no Esporte, no Hotel Pestana, em Copacabana.
Aos interessados em aprender mais sobre o método, vale a pena conferir o site do evento, com maiores informações: http://www.attraction.com.br/eventos.html

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Abbot retira sibutramina do mercado americano

Já havíamos publicado outros posts sobre sibutramina. O FDA americano acaba de anunciar que os laboratórios Abbot suspenderam a venda de sibutramina nos EUA. A ação é conseqüência dos estudos recentes, e já comentados aqui (http://medicinadoexercicio.blogspot.com/2010/09/sibutramina-heroina-ou-vila.html), que confirmaram o maior risco de ocorrência de eventos cardiovasculares em pacientes com risco cardiovascular aumentado e que faziam uso da sibutramina para emagrecer. Se você faz uso da sibutramina, sugerimos que converse com seu médico para que ele avalie se você se encontra nesta população de maior risco.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Atividade física ao ar livre X violência

Foto retirada de http://felipeoneill.blogspot.com

O recém-publicado suplemento do Journal of Physical Activity and Health traz artigos interessantes sobre o impacto da disponibilidade de áreas de lazer seguras e agradáveis sobre a prática de atividade física. Um dos artigos, publicado por um grupo de epidemiologistas da Universidade de Pelotas, deixa claro que pessoas que vivem próximos a áreas verdes se exercitam mais. O mesmo grupo concluiu que pessoas que moram em áreas onde há acúmulo de lixo nas calçadas ou excesso de tráfego de veículos acabam caminhando  menos. Em nosso país uma parcela muito pequena da população pode arcar com os custos de uma academia. Assim, fica aqui o alerta para a necessidade de maior disponibilidade de áreas públicas para a prática de atividade física.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Doutora, eu sei que sou "cardíaco", posso viajar para o Perú?

Anúncios de agências de viagens começam a ficar ainda mais freqüentes nesta época do ano, com a aproximação das férias. Hoje pela manhã assisti um anúncio oferecendo boas condições para uma viagem de uma semana no Perú. Daí surgiu a pergunta, o quê tem sido publicado sobre cardiopatia e altitude? Pacientes com doença arterial coronariana poderiam fazer este pacote e embarcar para o Perú?
O último número da revista High Altitude Medicine & Biology, especializada no tema traz um artigo muito interessante intitulado " Can Patients with Coronary Heart Disease Go to High Altitude?". Neste artigo, fica claro que, apesar de não haver tanta literatura a respeito do tema, a avaliação de cada paciente antes de ser, ou não, liberado para esta viagem é muito importante. Sabe-se que em locais com maior altitude, a rarefação do ar pode reduzir o conteúdo arterial de oxigênio, reduzindo o aporte de oxigênio para o miocárdio. Em locais de maior altitude, mesmo durante o repouso, o consumo de oxigênio pelo miocárdio está aumentado, principalmente em indivíduos não aclimatados, ou seja, acostumados com esta condição. Apesar disto, estudos prévios já demonstraram que a permanência em locais com altitude até 3000 m é geralmente segura para pacientes coronariopatas. Nos primeiros dias após a chegada, pacientes com angina estável podem apresentar sintomas de isquemia miocárdica mesmo em esforços menores do que aqueles que usualmente desencadeariam tais sintomas ao nível do mar. Entretanto, a ocorrência de eventos cardíacos mais graves não é mais freqüente nos locais mais altos, a não ser naqueles indivíduos com capacidade física muito baixa. Assim, é interessante propor um programa de condicionamento físico supervisionado para estes pacientes precedendo a viagem.  Viagens para locais com altitude de 3500m devem ser evitadas, a não ser para coronariopatas com angina estável, função ventricular preservada e boa capacidade aeróbica. Finalmente, mesmo com quadro clínico compensado, coronariopatas não devem viajar para locais acima de 4500 m de altitude.
Independente do quadro clínico e da altitude, fica o recado: coronariopatas não devem viajar para locais com altitude elevada sem avaliação médica prévia. A atenção para a disponibilidade de serviço médico no local também é essencial e não deve ser negligenciada. Boa viagem!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Alerta: Síndrome metabólica

A síndrome metabólica é diagnosticada quando um paciente apresenta ao menos três dos seguintes critérios:

  • Perímetro de cintura aumentado:
    • Homem — Igual ou superior a 102 cm / 40 polegadas
    • Mulher — Igual ou superior a 88 cm / 35 polegadas
  • Trigliceridemia elevada: Igual ou superior a 150 mg/dL (ou a utilização de fármacos para o controle)
  • Colesterol HDL (“bom”) diminuído (ou a utilização de fármacos para a sua elevação):
    • Homem — Inferior ou igual a 40 mg/dL
    • Mulher - Inferior ou igual a 50 mg/dL
  • Pressão arterial elevada: Igual ou superior a 130/85 mmHg (ou a utilização de fármacos para o seu tratamento)
  • Elevação da glicose em jejum: Igual ou superior a 100 mg/dL (5.6 mmol/L) (ou a utilização de fármacos para o tratamento da hiperglicemia)

Indivíduos com Síndrome metabólica apresentam risco aumentado para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.

Apesar de conhecermos os riscos da Síndrome metabólica, sua incidência vem crescendo de forma rápida. Dados da Third National Health and Nutrition Examination Survey mostram que sua prevalência em americanos com mais de 20 anos de idade ultrapassa os 34%. Não temos estatísticas brasileiras atualizadas, mas podemos inferir que aqui no Brasil a prevalência de síndrome metabólica vem crescendo na última década. Vale ressaltar que a prática regular de atividade física é uma das melhores estratégias para a reversão deste quadro.

sábado, 2 de outubro de 2010

Hipotireoidismo subclínico e risco cardiovascular

O último número da JAMA publicou uma metanálise muito interessante sobre risco cardiovascular em pacientes com hipotireoidismo subclínico. O artigo compila os dados de várias pesquisas randomizadas totatlizando o acompanhamento de mais de 55.000 voluntários. Após análise dos resultados, fica clara a associação entre hipotireoidismo subclínico e maior risco cardiovascular. Entretanto, vale ressaltar que o estudo não considerou indivíduos tratados. Ou seja, fica ainda a dúvida se o tratamento do hipotireoidismo, mesmo assintomático, corrigiria o maior risco para a ocorrência de infarto nestes pacientes. Enquanto esta dúvida continua, fica o alerta: vamos tentar corrigir os fatores de risco destes pacientes mais agressivamente: estimular a prática de exercícios, reduzir os valores de colesterol total de LDL e eliminar o tabagismo passam a ser ainda mais desejáveis nos indivíduos com hipotireoidismo.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

História da Medicina

O Rio de Janeiro sediará o XV Congresso Brasileiro de História da Medicina e o II Congresso de História da Medicina do Estado
do Rio de Janeiro, entre os dias 6 e 9 de outubro, nas dependências da Academia Nacional de Medicina, no centro da cidade.
Maiores informações: http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=6686