Todos os nossos trabalhos submetidos para apresentação no Congresso Brasileiro de Cardiologia (Belo Horizonte, 25 a 29 de setembro de 2010) foram aceitos!
Estes trabalhos são todos originais. Alguns deles são frutos de nossas parcerias com a Universidade Federal Fluminense e com o Incor-USP.
Confira abaixo os trabalhos aprovados:
Efeitos da dieta e treinamento físico sobre a modulação autonômica de indivíduos pré-hipertensos
SALES, A R K, NEVES, F J, SILVA, B M, ROCHA, N G, MEDEIROS, R F, BARBOSA, T C, PEREIRA, F S, BARROS, R B M, SOUZA, T M, CASTRO, R R T e NOBREGA, A C L.
Fundamento: A modulação autonômica está alterada em indivíduos com hipertensão e pré-hipertensão. Dieta e treinamento físico vêm sendo utilizadas tanto na profilaxia quanto no tratamento da hipertensão. Entretanto, pouco se conhece sobre seus efeitos na modulação autonômica de indivíduos pré-hipertensos (PHT). Objetivo: Determinar o impacto da dieta e do treinamento físico sobre a modulação autonômica em PHT. A hipótese testada foi que dieta e treinamento físico, quando realizados de forma combinada, diminuem a pressão arterial (PA) e aumentam a modulação autonômica (parassimpática) de PHT. Delineamento: Estudo longitudinal e cego. Pacientes: Onze PHT (37anos±2anos, IMC:26,8±0.7kg.m-2) e 21 normotensos (NT) (32±2anos, IMC:23,8±0.6kg.m-2) pareados para idade e sexo. Métodos: Foram realizados 12 semanas de dieta e treinamento físico. Antes e após a intervenção, foi realizado registro em repouso da PA batimento-batimento (Finometer®). A modulação autonômica foi avaliada pela variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e pressão arterial sistólica (VPAS). Resultados: PHT apresentaram maior PAS (PHT:129±2mmHg vs NT:109±1mmHg, P<0,05) e PAD (PHT:79±2mmHg vs NT:69±2mmHg; P<0,05), bem como menor VFC [desvio padrão dos intervalos RR (DPRR) - PHT:41,6±2.7ms vs NT:58,6±4,4ms; Variância - PHT:1810,3±254.8ms2 vs NT:3529,9±525,3ms2; poder de alta frequência (AF) - PHT:415,7±72.0ms2 vs NT:1135,2±241.2ms2] na pré-intervenção em relação ao NT (P<0,05). Foram observados aumento no VO2pico e diminuição no IMC e VPAS [AF] em ambos os grupos após a intervenção (P<0,05). Por outro lado, apenas o grupo PHT apresentou diminuição da PAS (pré:129±2mmHg vs pós:119±3mmHg; P<0,05), e aumento da VFC (DPRR - pré:41,6±2.7ms vs pós:52,7±5.3ms; Variância - pré:1810,3±254.8ms2 vs pós:3090,7±572.8ms2; AF - pré:415,7±72.0ms2 vs pós:680,1±132.0ms2) após a intervenção (P<0,05). Este efeito não foi relacionado aos valores pré-intervenção ou alterações no IMC (r<0,5; P>0,05). Conclusão: Dieta e treinamento físico provocam redução da PA em repouso e resultam em mudanças na modulação autonômica cardiovascular em PHT.
A variabilidade da ventilação durante o exerício correlaciona-se inversamente com a fração de ejeção em pacientes com insuficiência cardíaca
RENATA RODRIGUES TEIXEIRA DE CASTRO, LIGIA DE MORAES ANTUNES-CORREA, LINDA MASSAKO UENO, MARIA URBANA PINTO BRANDÃO RONDON, CARLOS EDUARDO NEGRÃO e ANTONIO CLAUDIO LUCAS DA NOBREGA.
Introdução: A experiência clínica revela que alguns pacientes com insuficiência cardíaca (IC) apresentam oscilações na ventilação durante o exercício, sem que preecham os critérios definitivos de ventilação periódica.
Objetivo: Avaliar se a análise da variabilidade no domínio do tempo de variáveis ventilatórias durante o exercício poderia adicionar informações ao quadro clínico de pacientes com IC.
Métodos: Testes de esforço cardiopulmonares (TECPs) de 17 pacientes com IC [53% homens; idade= 59±9 anos; fração de ejeção (FE)=23±6%] tratados e com quadro clínico estável há pelo menos 2 meses foram analisados retrospectivamente. Todos os TECPs foram realizados em cicloergômetro (Medifit 400L, Medical Fitness Equipment, Maarn, Holanda), com incrementos de 5W/ min a 60 rpm até a exaustão. Ventilação-minuto (Ve), frequência respiratória (FR) e volume corrente (Vc)foram registrados a cada ciclo respiratório (SensorMedics, Vmax 229 model, BuenaVista, California). Desvio padrão e a raiz quadrada das médias das difereças de intervalos sucessivos de Ve, FR e Vc durante o exercício foram calculados e normalizados pelo número de ciclos respiratórios (SD/n and RMSSD/n, respectivamente).
Resultados: Fe correlacionou-se inversamente com SDVE/n (r=-0,53), RMSSDVE/n (r=-0,51), SDFR/n (r=-0,50) e RMSSDFR/n (r=-0,51); p<0,05) e houve tendência à correlação inversa com SDVc/n (r=-0,44; p=0,07) e RMSSDVc/n (r=-0,45; p=0,06).
Conclusão: Pacientes com menor FE apresentam maior variabilidade de FR e VE durante o exercício. Os presentes cálculos são de fácil realização e podem adicionar informações clínicas relevantes em pacientes com IC. Estudos futuros avaliando a relação destas variáveis com o prognóstico destes pacientes deverão ser realizados.
Concordância entre os critérios de esforço máximo em atletas durante ergoespirometria
SABRINA PEDROSA, ERICA CARDARETTI, EVELYN FEITOSA, FABIO DA ÍNDIAS DOS SANTOS CARVALHO, ALLAN ROBSON KLUSER SALES e RENATA RODRIGUES TEIXEIRA DE CASTRO.
INTRODUÇÃO: A presença do plateau de VO2 determina que um teste de esforço (TE) foi realmente máximo. Como este fenômeno nem sempre é visualizado, critérios secundários como frequência cardíaca (FC) máxima e quociente respiratório (QR) costumam ser utilizados para determinação de um TE máximo. Tais critérios não foram testados em atletas.
OBJETIVO: Avaliar a concordância entre os critérios de FC máxima estimada [(220-idade)±10bpm) e QR (>1,15) e a presença de plateau de VO2 em atletas.
METODOLOGIA: Atletas de diferentes modalidades realizaram TE em esteira rolante (Trackmaster 30-30) com análise metabólica de gases (ULTIMA CARDIO2, Medgraphics, EUA) e monitorização cardiográfica (Cardioperfect, WelchAllin, EUA). Os dados são apresentados utilizando-se estatística descritiva.
RESULTADOS: Todos os atletas (N=49; idade=24±1 anos) atingiram plateau de VO2. Vinte atletas (40,8%) não atingiram critério de FC máxima e 7 (14,2%) não atingiram critério máximo de RQ. Além disso, se o critério para interrupção do exame fosse FC máxima estimada, 11 indivíduos (22,4%) teriam seu exame interrompido precocemente.
CONCLUSÃO: FC estimada e RQ não devem ser considerados como critérios definitivos para a determinação de um TE máximo em atletas. Em atletas, durante um TE com ergoespirometria onde o esforço máximo é desejado, deve-se estimular a continuidade do exame até que o plateau de VO2 seja alcançado.
Avaliação dos mecanismos envolvidos na resposta metaborreflexa após fadiga respiratória e aplicação de ventilação não invasiva na insuficiência cardíaca
ADALGIZA M MORENO, RENATA R T CASTRO, MAURICIO SANT ANNA J, MICHAEL P M GUERRA, ALINE COSTA DE REZENDE e ANTONIO C L NOBREGA.
Fundamento: A fadiga muscular respiratória tem sido alvo de vários estudos que demonstram fortes indícios de que a mesma pode desencadear o metaborreflexo inspiratório, sendo este o fator limitante do exercício. Objetivo: Avaliar o fluxo sanguíneo microvascular periférico e respiratório após a indução da fadiga na musculatura ventilatória seguida por ventilação não invasiva (VNI) em pacientes com IC e em indivíduos saudáveis. Testaremos a hipótese de que a indução da fadiga da musculatura ventilatória geraria redirecionamento do fluxo para a mesma, com vasoconstricção periférica e que o uso de VNI atenuaria esta resposta na insuficiência cardíaca (IC). Pacientes e Métodos: Estudo de caso e controle. Indivíduos com IC [(n=5), idade=66 ± 12; fração de ejeção (FE) <50%; pressão inspiratória máxima (PImax) < 70% do predito] e voluntários sadios [n=7; idade= 65 ± 13; FE=34 ± 11 %] foram submetidos ás seguintes avaliações: exames clínicos e laboratoriais; espirometria, manovacuometria e espectroscopia quase infravermelha (NIRS), que forneceu oxihemoglobina e desoxihemoglobina - saturação de O2 (SpO2). O transdutor foi posicionado no antebraço (AntB) e sétimo espaço Intercostal (IntC) à esquerda. A fadiga foi promovida com 60% da PImax através do uso de Threshold. As medidas de SpO2 foram obtidas no repouso, 1 min, 2 min, 3min e fadiga, e após este procedimento a VNI foi realizada por 3 minutos com 20 cmH2O. Foi utilizado ANOVA fator duplo e Bonferroni com p<0,05. Resultados: Quando comparados SpO2 dos IntC (42,9%) e (64,%) com AntB (51,0%) e (62,4%) respectivamente nos grupo IC e saudáveis no repouso, p < 0,05. No AntB do grupo IC, ocorreu redução da SpO2 do repouso para a fadiga (p < 0, 008). Após a indução da fadiga e uso de VNI, observamos no grupo IC aumento da SpO2 para o AntB (p= 0, 009). Conclusão: Na fadiga respiratória, ocorreu o desencadeamento do metaborreflexo nos pacientes com IC, levando ao direcionamento do fluxo sanguíneo de AntB para os IntC, estes achados sugerem redução de fluxo periférico . A VNI aumenta o fluxo para a AntB atenuando esta resposta, somente para os pacientes com IC.
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